As Peneiras de Penela - Uvas e Nozes


Penela tem orgulho das suas tradições e um presidente da câmara que não hesita em apoiá-las e se tornar incansável no incentivo à recuperação de gestos, modas e traços que ameaçavam diluir-se na quase indiferença do presente.

Dessa hiperactividade aplicada à enogastronomia são exemplos os dois momentos que, no âmbito do fim-de-semana Endògenos, pudemos assistir na aldeia de Chainça, dando a conhecer dois dos produtos mais representativos da região: o vinho e a noz.

Uma vindima tradicional, animada por três ranchos de concertinas, precedida de uma "bucha" que matou o bicho de todos, um burro vestido a preceito e um bovino contrariado para puxar o carro que carregava cestas e toneis; o varejamento e apanha das nozes arrancadas ao seu sossego arbóreo (e confesso que nunca as tinha visto assim ao vivo, enroupadas e engalanadas para um jogo em Alvalade); um périplo pela adegas tradicionais da aldeia; a benção das uvas e a recriação da pisa (onde o Nuno Nobre não deixou créditos por pés alheios e, com galhardia, produziu os primeiros vinte litros de mosto do dia); finalmente, como não poderia deixar de ser num Portugal que se preze, o almoço convívio onde, a par das boa disposição dos autarcas e das histórias pícaras contadas, ficou a barriga satisfeita com uma feijoada de lamber os dedos e a bela-da-pinga local.

Grande dia no nosso país.

Vinhedos antigos, de castas múltiplas e desconhecidas: assim eram e assim vão sendo cada vez mais apetecíveis estes talhões de vinho com história. A vindima foi assim, de músicas à desgarrada, sons de gestos reanimados, de novos e velhos, com muita chita e o encantamento de um passado que se recupera com orgulho.

O jumento não estava, como o do Mário de Sá Carneiro, "ajaezado à andaluza" mas cumpria o figurino. Ó que paciência de jumento, para aturar estas bizarrias enófilas dos humanos!...

O Touro lindo (ou seria vaca?) muito pouco sintonizado com o momento, que se foi desinteressando da festa e, por pouco, não abalava estrada fora com as uvas a tiracolo, sem esperar pelo protocolo. À esquerda, o senhor Presidente da Câmara, o primeiro a dar o exemplo - quais protocolo, quais quê! E a música. E as chitas. E os lenços. E o vinho do ano anterior que urgia acabar para dar lugar ao que estava para vir...


O varejamento da nogueira: primeiro por mãos experimentadas (e calejadas pela vara); depois, os neófitos, com o Nuno Nobre empunhando a cana. Ao centro, de baixo para cima, as várias camadas que envolvem a noz.

Após a benção, a pisa. O projecto Endògenos verdadeiramente apostado em deixar a sua marca no Chainça 2016: o Chefe António Alexandre verte os primeiros quilos de uva na tina que Nuno Nobre inaugurará. Mosto de primeiríssima pisadela.

E, depois de manhã tão profícua, a merecida recompensa...


Comentários

Unknown disse…
Penela "Terra de Noz e Vinho, Queijo e Mel,..." de gentes afáveis e tradições.
Assim se recria a tradição e num dia de convívio.
Penela "Convida"
Visite Penela
Swonkie disse…
Olá :)

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